A situação é constrangedora.
Ainda mais depois dessas excelentes partidas de Paulinho na Libertadores.
Ele se tornou a grande arma de Tite no time sem atacante fixo que montou.
Nem é mais jogador surpresa.
Todos sabem que ele vai chegar de trás, quando todos os companheiros estiverem marcados.
Aprendeu a chutar e cabecear bem quando jogava de meia nas categorias de base.
Os gols não são por acaso.
São o instinto artilheiro que ficou desde os tempos de garoto.
Ao assumir a presidência do Corinthians, Mário 'futebol é business' Gobbi sabia das dificuldades financeiras do clube.
E não quis seguir os passos de Andrés, que muitos ao seu lado consideraram importantes, mas irresponsáveis.
Delegado de formação, Gobbi quer deixar as contas equilibradas quando acabar o seu mandato.
Ele sabia que dois jogadores estão sendo sondados por clubes italianos há muito tempo.
Leandro Castán e Paulinho.
Empresários representando a Roma insistem em levar o zagueiro de 25 anos.
E enviados da Inter de Milão querem o volante de 23 anos.
O assédio a Paulinho é o mais forte.
Os italianos deixaram uma proposta de 12 milhões de euros.
Cerca de R$ 30 milhões.
Antes de começar a fase aguda da Liberadores, Gobbi mandou avisar que, por esse dinheiro, o negócio seria fechado.
Por isso a direção corintiana ficou desesperada em contratar Guilherme da Portuguesa.
Ele é considerado por Tite o substituto natural de Paulinho.
Acontece que o volante corintiano está jogando muito melhor do que todos poderiam supor.
Em uma análise fria do mercado internacional, seu preço apalavrado com a Inter é baixo demais.
Com apenas 23 anos, Paulinho não tem desespero algum em ir para a Europa.
Ou melhor, voltar.
Ele ficou traumatizado com a primeira passagem.
Nem gosta de lembrar.
Ele tinha 17 anos e atuava no Juventus, pequeno clube paulista.
Foi levado por empresários para atuar na Lituânia e Polônia.
Acabou sendo vítima de racismo.
Torcedores adversários do FC Vilnius e do polonês Lodz o humilharam por não ser loiro de olhos azuis.
A Fifa faz de conta que não sabe dessas atitudes racistas no Leste Europeu.
Paulinho estava muito emocionado ontem após ter marcado o gol que levou o Corinthians à semifinal da Libertadores.
Grande parte dessa emoção é saber que a negociação com a Inter de Milão está bem adiantada.
Ainda mais agora que os rumores no Parque São Jorge dão conta que deverá fazer parte das convocações de Mano Menezes.
O jogador já avisou esta sua vontade de permanecer ao seu empresário Thiago Scuro.
Só que não está contando como gostaria do apoio da direção corintiana.
Gobbi justifica o apelido de 'futebol é business' e já contava com os R$ 30 milhões da Inter.
Está sendo pressionado por grande parte da diretoria.
Quer que dê a Paulinho a tranquilidade que ficará pelo menos até o final do ano.
Tudo está complicado, já que o time italiano conta com o atleta.
E com o sinal verde dado por Gobbi.
Tudo é constrangedor.
Guilherme tem a promessa que será o novo companheiro de Ralf.
Nada ainda está resolvido.
O excelente futebol de Paulinho rachou a cúpula corintiana...
(O Pão de Açúcar e o BMG têm participação nos direitos federativos de Paulinho.
Mas quem decidirá se ele sai ou não é o Corinthians...)
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